Professores protestam contra sucateamento e terceirização da educação pública pelo governo Manga em Sorocaba; vídeo

Servidores do magistério realizaram ato público de protesto, no final da tarde desta sexta-feira (24), em frente a Prefeitura Municipal de Sorocaba, devido à troca de professores eventuais a cada 15 dias, à não convocação de 315 concursados que já estão legalmente liberados para contratação e também por causa dos indícios de que o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) pretende terceirizar a educação no município.

“Ao invés de ampliar o quadro de servidores públicos e chamar todos os aprovados dos concursos públicos de 2020, o governo Manga opta pela terceirização das unidades de ensino, além de fazer compras superfaturadas com dinheiro público”, afirma o professor e advogado Raul Marcelo. E completa: “Um dia antes desse protesto, dois secretários de Manga foram condenados à prisão por CORRUPÇÃO de R$ 30 milhões na Educação. Chega de sucateamento e ataques aos profissionais da Educação”. Veja o posicionamento, em vídeo, de Raul Marcelo abaixo:

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“A troca de professores eventuais a cada 15 dias, no lugar da contratação, prejudica diretamente o ensino do aluno. É humanamente impossível ter ensino de qualidade se o professor não tem convivência cotidiana com a classe, da mesma forma que o aluno tem de se adaptar a uma linguagem de ensino diferente a cada quinzena”, afirma uma professora que prefere não se identificar com receio de sofrer retaliação da Prefeitura.

Além da terceirização de 100% das escolas e creches, que Manga prometeu entregar no seu último ano de governo, a professora ressalta que “as vagas livres para ser preenchidas por profissionais efetivos estão sendo ocupadas por professores eventuais. As salas estão superlotadas. Chegam até 30 crianças por 2 adultos. Há um concurso público vigente, vagas existentes, mesmo assim não chamam”.

“Os professores e auxiliares estão exaustos e sobrecarregados pela falta de profissionais. Estamos atualmente nos desdobrando para atender as demandas de crianças nas escolas e creches, pois estão lotando as salas de crianças, sabendo que há pouquíssimos funcionários nas escolas. Falta de profissionais e cuidadores de crianças que precisam de atenção especial. Quando tem, são de terceirizadas e muitas parecem não ter compromisso com a profissão, nem preparo técnico para a função”, afirma outra professora.

Males da terceirização
Em relação aos riscos da terceirização, uma terceira professora esclarece: “A prefeitura contrata uma terceirizada sei lá de onde, por um preço caríssimo, para gerir uma escola ou creche. No contrato consta que ela só pode receber 25 alunos por classe. Tudo bem. É o modelo ideal. Mas sabe por que o ensino público não funciona assim? Porque não interessa financeiramente ao acordo feito entre as partes”.

“Quando surge uma ordem judicial para que a criança seja atendida em uma escola próxima de sua residência, o que é correto, o governo não encaminha a criança para a escola terceirizada, pois está no contrato, mesmo sendo, em tese, escola pública. O governo então desloca o aluno para a escola mais próxima que seja da administração direta da prefeitura. Então, ao invés de termos 25 bebês ou crianças por classe, temos 30, 40 e até 50, que é o dobro do recomentado”, conclui a professora concursada.

A manifestação começou às 16h, em frente à Prefeitura Municipal. No início da noite o ato dos profissionais de ensino deslocou-se para a Câmara Municipal, onde acontece a sessão solene Dia do Tropeirismo e Semana do Tropeirismo.

Fonte: portal PORQUE, com informações do site www.raulmarcelo.com.br