Raul Marcelo pede afastamento de dois assessores envolvidos em corrupção no governo Manga em Sorocaba

Segundo o parlamentar, a permanência dos citados nos cargos pode comprometer as investigações ou até permitir a ocorrência de novas irregularidades na Prefeitura de Sorocaba.

22 Jan 2025, 10:31 Tempo de leitura: 2 minutos, 14 segundos
Raul Marcelo pede afastamento de dois assessores envolvidos em corrupção no governo Manga em Sorocaba

O vereador Raul Marcelo (PSOL) protocolou, nesta quarta-feira (22), representações no Ministério Público solicitando o afastamento de dois assessores de gabinete do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), acusados de envolvimento em casos de corrupção com recursos públicos na atual administração municipal. Segundo o parlamentar, a permanência dos citados nos cargos pode comprometer as investigações ou até permitir a ocorrência de novas irregularidades na Prefeitura de Sorocaba.

Um dos mencionados é Paulo Henrique Marcelo, ex-chefe de gabinete do então vereador Manga e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo da atual gestão municipal até maio do ano passado. Após ser exonerado do cargo de secretário, ele retornou, em dezembro do mesmo ano, como assessor de gabinete na Secretaria do Gabinete Central. Recentemente, foi condenado a 10 anos de prisão por envolvimento no pagamento de propina e na compra superfaturada de um novo prédio para a Secretaria de Educação (Sedu). Além de apresentar denúncia ao MP, Raul Marcelo também acionou o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), responsável por conduzir a investigação. O Gaeco, inclusive, classifica o caso como associação criminosa.

Outro citado na representação é Márcio Bortolli Carrara, ex-secretário da Educação, que foi afastado do cargo a pedido do MP em maio de 2023 por suspeita de superfaturamento na compra de kits de robótica, no valor de R$ 26,3 milhões. Nesse caso, tanto Carrara quanto Manga tiveram as contas bloqueadas em 22 de maio de 2023, como medida para garantir a devolução dos valores pagos pela administração municipal. Carrara, que pediu exoneração do cargo de secretário em fevereiro do ano passado, voltou à Prefeitura de Sorocaba como assessor de gabinete na Secretaria de Governo em dezembro de 2024. No despacho do caso, a desembargadora Mônica Serrano, da 7ª Câmara de Direito Público, chega a citar o termo organização criminosa.

“Manga recolocou os dois na cena do crime, concedendo a eles uma série de vantagens que podem, inclusive, influenciar negativamente o andamento das investigações. Além disso, por ocuparem cargos de extrema relevância e poder, podem estar atuando para mascarar novas licitações e facilitar a entrada de associações e organizações criminosas – termos utilizados nas investigações pelo Ministério Público – na estrutura municipal, sob o aval do prefeito”, afirmou Raul Marcelo, que completou: “É essencial o afastamento dos dois para assegurar que as investigações ocorram sem qualquer interferência.”