Vereadores entregam à Cetesb estudo sobre os impactos da construção da nova Marginal Direita do Rio Sorocaba
A intervenção afetará diretamente uma área de 55 mil m², quase toda situada em Área de Preservação Permanente (APP), gerando grande preocupação entre ambientalistas, urbanistas e a população local
12 Mar 2025, 17:55 Tempo de leitura: 2 minutos, 51 segundos
As vereadoras Fernanda Garcia e Iara Bernardi e os vereadores Izídio de Brito e Raul Marcelo entregaram, na tarde desta quarta-feira (12), um documento à direção da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) sobre os impactos da construção de uma nova Marginal Direita do Rio Sorocaba. Quem recebeu o estudo foi Mayla Fukushima, diretora de Avaliação de Impacto Ambiental da Cetesb.
Os parlamentares questionam a execução das obras de pavimentação, drenagem e requalificação viária na marginal direita do Rio Sorocaba, cujos contratos firmados com as empresas Fortnort e Auditerra somam mais de R$ 39 milhões. A intervenção afetará diretamente uma área de 55 mil m², quase toda situada em Área de Preservação Permanente (APP), gerando grande preocupação entre ambientalistas, urbanistas e a população local.
Além dos elevados custos, processos administrativos já preveem indenizações por desapropriação de áreas de preservação, com valores superiores a R$ 1,4 milhão. Para os vereadores, esse cenário reforça a necessidade de transparência e diálogo com a sociedade sobre os impactos socioambientais dessas intervenções.
Durante a reunião, a diretora de Avaliação de Impacto Ambiental da Cetesb e outros técnicos ouviram os vereadores e se comprometeram a analisar os documentos. A Companhia enfatizou que, sem a documentação e avaliação adequadas, a obra não poderá prosseguir. “Caso Manga consiga a licença ambiental, vamos acionar a Justiça para barrar a construção da nova Marginal Direita do Rio Sorocaba”, afirma Raul Marcelo.
A Promotoria de Justiça de Sorocaba, por meio da Notícia de Fato/Inquérito Civil nº 0712.0002921/2024, investiga possíveis danos à vegetação nativa em área urbana protegida, apontando riscos significativos à flora e fauna locais. Especialistas também alertam para o potencial agravamento das inundações nas bacias hidrográficas urbanas devido à impermeabilização do solo.
Em audiência pública realizada recentemente na Câmara Municipal de Sorocaba, foi ressaltado que a construção de uma nova avenida próxima ao rio pode intensificar a poluição, o assoreamento e o risco de enchentes, além de expor a população a desastres naturais. A ocupação desordenada e a perda de áreas verdes, segundo especialistas que fizeram parte da audiência pública, comprometem a qualidade de vida e elevam os custos para a administração pública.
Para os vereadores presentes na reunião com a Cetesb, a preservação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens do Rio Sorocaba é essencial para a saúde do ecossistema e a segurança da população. “Investir em soluções baseadas na natureza, como parques lineares, sistemas de drenagem sustentável e recuperação de áreas degradadas, fortalece a resiliência urbana”, destacam as vereadoras Fernanda Garcia, Iara Bernardi e os vereadores Izídio de Brito e Raul Marcelo.
De acordo com os quatro parlamentares de Sorocaba, danos à vegetação na margem direita do Rio Sorocaba comprometem a capacidade natural do ecossistema de controlar enchentes, filtrar poluentes e preservar a biodiversidade. “Por isso, a vegetação precisa ser preservada e protegida, pois desempenha um papel vital na criação de um ambiente mais saudável e resiliente, essencial para o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida da cidade”, completam.