Educador(a), imagine se de repente um militar começasse a mandar na sua escola, ganhando muito mais que você! Parece coisa de ditadura, certo? Mas é exatamente isso o que irá acontecer com a criação das escolas cívico-militares no estado de São Paulo e na cidade de Sorocaba. Um militar pode receber até R$ 9 mil, enquanto um professor efetivo ganha atualmente R$ 4.580,57 para jornadas de 40 horas semanais.
O programa das escolas cívico-militares foi aprovado no Parlamento Paulista em 21 de maio, sob muita violência contra os estudantes. Em 27 de maio, o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas sancionou a proposta, transformando-a em lei. O objetivo do modelo é substituir gradualmente os profissionais da educação por militares, a serem escolhidos, em última instância, pela Secretaria de Segurança Pública.
Há uma lista circulando com 44 escolas estaduais de Sorocaba elegíveis que atendem aos critérios da lei sancionada pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas. De acordo com informações da Apeoesp Sorocaba, seis unidades de Sorocaba estão com processo acelerado para receber o modelo cívico-militar: Dr. Julio Prestes de Albuquerque (Estadão), Centro; Francisco Camargo Cesar, Vila Helena; Lauro Sanchez, Vila Carol; Prof. Renato Sêneca de Sá Fleury, Jardim Europa; Prof. Antonio Cordeiro, Parque das Laranjeiras; e Prof. Jorge Madureira, bairro Guaíba.
O advogado Raul Marcelo irá lutar contra essa proposta inaceitável e acionará a Justiça para impedir que esse absurdo se torne realidade.
Além disso, a Advocacia-Geral da União disse, no dia 28 de junho, ao Supremo Tribunal Federal que a lei que viabilizou a criação de escolas cívico-militares no estado de SP é inconstitucional. A manifestação foi em uma ação do PSOL contra a legislação.
Por que somos contra a farsa das escolas cívico-militares:
– A proposta é ideológica e não apresenta qualquer benefício educacional;
– Militares não têm experiência com educação e não possuem formação pedagógica;
– Esse é um modelo excludente, no qual a EJA e o ensino noturno são proibidos, prejudicando alunos que precisam trabalhar.
Nós, abaixo-assinados, somos contra as escolas cívico-militares no estado de São Paulo e no município de Sorocaba.