Após denúncia ao TCE-SP, Raul Marcelo pede ao MP que investigue contratos de R$ 22,7 milhões sem licitação entre governo Manga e empresas de paisagismo
O vereador Raul Marcelo (PSOL) acionou, nesta quinta-feira (7), o Ministério Público do Estado de São Paulo pedindo a apuração de uma contratação emergencial de R$ 22,7 milhões, sem licitação, para serviços de paisagismo em Sorocaba. Em junho deste ano, o vereador já havia solicitado ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) […]
11 Aug 2025, 10:32 Tempo de leitura: 2 minutos, 26 segundos
O vereador Raul Marcelo (PSOL) acionou, nesta quinta-feira (7), o Ministério Público do Estado de São Paulo pedindo a apuração de uma contratação emergencial de R$ 22,7 milhões, sem licitação, para serviços de paisagismo em Sorocaba. Em junho deste ano, o vereador já havia solicitado ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) a investigação sobre essa contratação.
Segundo o parlamentar, há indícios de que a contratação emergencial foi orquestrada propositalmente, a partir da publicação tardia e com vícios graves de legalidade do edital da licitação nº 697/2023, posteriormente suspensa pelo TCE-SP. O edital, assinado exclusivamente pela secretária de Administração, Luciana Mendes da Fonseca, contrariava normas claras do Tribunal, como a Súmula nº 37, o que restringiu a competitividade e favoreceu diretamente as empresas já contratadas há anos pela Prefeitura de Sorocaba.
“As evidências sugerem que o governo Manga forçou a suspensão da licitação com o objetivo de justificar uma contratação emergencial milionária com as mesmas empresas que já vinham prestando o serviço, mesmo após o limite máximo de prorrogação contratual permitido por lei”, afirma Raul Marcelo.
De acordo com a representação, as empresas Florestana e Serg Paulista, contratadas pelo governo Manga sem licitação para prestação de serviço emergencial de implantação e manutenção paisagística em praças, avenidas, áreas públicas, institucionais e logradouros, atuam em Sorocaba desde 2019, com contratos sucessivamente prorrogados até abril de 2025. No entanto, em vez de promover uma nova licitação em tempo hábil, a Prefeitura lançou um edital apenas 40 dias antes do vencimento do contrato anterior, já com graves irregularidades, como a exigência de capital social desproporcional e restritiva, medida que favoreceu justamente as empresas beneficiadas posteriormente.
Com a suspensão da licitação pelo TCE, a administração Manga firmou novos contratos emergenciais com as empresas Florestana e Serg, nos valores de R$ 15,1 milhões e R$ 7,5 milhões, respectivamente, com validade de 12 meses. A representação também aponta possível combinação de preços na “pesquisa de mercado” que embasou a contratação emergencial.
Para Raul Marcelo, é urgente a atuação do Ministério Público para impedir que o dinheiro público seja repassado sem a devida apuração. “São R$ 22,7 milhões que correm o risco de serem pagos sem licitação, sem transparência e sem controle da sociedade. A cidade não pode aceitar esse tipo de manobra como se fosse algo normal”, enfatiza.
A denúncia também solicita ao MP investigação sobre a evolução patrimonial da secretária e dos demais servidores envolvidos na elaboração e assinatura dos contratos, além de possíveis irregularidades sistemáticas dentro da Secretaria Municipal de Administração.